terça-feira, 25 de agosto de 2015



Sobre a virtualidade das relações



Acredito que quase todos temos aquela fase na vida em que não queremos saber nada, não nos interessamos por nada. É estranho. Nada é interessante, a vida parece acinzentada. Mas percebo que esta fase “passageira” está se tornando habitual. É como se estivéssemos deixando a vida nos levar para qualquer lugar, quando na verdade, deveríamos manter as rédeas de nossas vidas nas mãos e guiá-la para onde almejamos ir, mas nos deixamos ir.
Esse desânimo e tédio vem se tornando frequente, talvez, porque perdeu-se o encanto da vida, que se encontrava nas coisas simples, como por exemplo, um telefonema só pra saber se está tudo bem, uma conversa “face to face”, o abraço apertado. Mas, em tempos de Facebook e Whatsapp quase não conversamos pessoalmente, telefonemas se tornaram coisa rara. Aliás, pra que telefonar, se mensagem instantânea é mais prática e rápida! Pelas redes sociais conhecemos tantas e tantas pessoas, mas fora desse ambiente virtual são desconhecidos. Ficou entediante conhecer pessoas, sentar e conversar. O bate papo no Whatsapp é mais fácil, podemos ser o personagem que quisermos.Até terminar relacionamento pelo whats se tornou comum. Começou por lá, termina por lá! Até porque ali na telinha do smartphone é cômodo e menos angustiante dizer que chegou ao fim, e se o outro começar a questionar é só bloquear e pronto. Sem constrangimento, sem choro, sem encheção e sem explicações e perguntas. A era da covardia!Olhando ao redor, toda felicidade estampada em redes sociais, há o vazio do contato físico, da voz ao telefone, da voz no ouvido, do abraço, aperto de mão e das mãos dadas. A felicidade, o companheirismo, a amizade, a paquera e até o amor, cuspido e escarrado no mundo virtual sumiu da vida real, foi esvaziado pela internet.Saudades da época em que o celular era apenas um instrumento para fazer ligações.

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